A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) foi criada especificamente para regular o mercado de saúde privada, com objetivo de evitar práticas prejudiciais para a população em um setor tão delicado.
Na prática, porém, sua atuação é bem menos abrangente e efetiva do que seria ideal, e isso gera problemas de todas as ordens para os contratantes de planos saúde, sobretudo quando o assunto é preço.
A ANS fixa anualmente o percentual de reajuste máximo para planos em todo país, porém este teto apenas se aplica aos chamados planos privados ou familiares, que são aqueles contratados individualmente pelo usuário junto à operadora.
Estes planos representam apenas uma pequena parte dentre todos os planos: apenas 9,4 entre os 47,7 milhões de planos vigente no país.
Isso significa que o teto do reajuste de 13,55% apenas regula uma minoria dos contratos, deixando os planos coletivos como os da sua empresa vulneráveis a aumentos abusivos.
Um olhar sobre os aumentos anuais
Ao observar o histórico de aumentos oficiais disponibilizados pela ANS, é nítido constatar a tendência de aumento incompatível com a inflação.
Entre 2007 e 2011 esse acréscimo girou na média entre 6% e 8% ao ano, depois subindo ao patamar de 10% a 12% entre 2012 e 2014. Finalmente, entre 2015 e este ano, o índice de aumento passou para o patamar de 13 a 14% ao ano, justamente quando a inflação chegou a apenas 2,95% ao ano, o mais baixo índice desde 1999.
Complementarmente, o IPCA verificou que medicamentos e produtos farmacêuticos subiram apenas 5,12% e os serviço hospitalares, 4,31%, claramente abaixo das altas registradas nos planos de saúde, que em um caso em particular chegou ao impressionante patamar de 2334%.
Diante disto, é importante que você e sua empresa entendam quais fatores podem levar a um reajuste pesado, de modo a minimizar riscos e diminuir as chances de que sua operadora eleve seus preços dessa forma.
Fatores de risco e como evitá-los
Para se prevenir contra alta de preços de saúde, vale a pena prestar atenção aos pontos a seguir, trabalhando para evitar que eles ocorram e, com isso, desequilibrem as finanças de seu negócio:
Doenças crônicas
Atualmente, doenças crônicas como ansiedade, câncer, problemas cardíacos, obesidade, entre outros, vêm crescendo na população, o que afeta diretamente o uso do plano por parte dos usuários, levando a um maior número de consultas e procedimentos, e invariavelmente elevando o custo do benefício;
Sedentarismo e estilo de vida
Este item está diretamente relacionado com o anterior. A falta de atenção com alimentação, pouca ou nenhuma atividade física e aumento do nível de estresse levam a muitos dos problemas crônicos registrados e que ocasionam o aumento do uso do plano.
Por isso, vale a pena investir em conscientização e estímulo a boas práticas de saúde no dia-a-dia, de modo a reduzir fatores de risco e melhorar a qualidade de vida do colaborador;
Procedimentos desnecessários
Segundo levantamento da Beneficência Portuguesa, até 60% dos casos de cirurgia da coluna são evitáveis, e isto é só um exemplo de uso de plano de saúde de forma prejudicial para a empresa e para o próprio usuário.
Por isso, trabalhe junto aos colaboradores para que contem com médicos de confiança, que mantenham um olhar crítico sobre seu próprio histórico de saúde e que conheçam seus próprios corpos, de modo a evitar consultas e intervenções médicas caras, desnecessárias e muitas vezes arriscadas.
Atente a pontos como estes e, com isso, você poderá evitar muitos dos fatores que levam a reajustes elevados, preservando o bem-estar de seus colaboradores e evitando o desperdício de dinheiro da sua empresa.
Além disso, conte sempre com um parceiro experiente e especializado em gestão e estratégia de benefícios, que pode atuar de forma decisiva tanto dentro quanto fora de sua empresa, ajudando a otimizar todos seus esforços nesta área e a trazer mais resultados para o RH e para o negócio como um todo.
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