Muitos fatores ambientais e circunstanciais podem estar relacionados ao mau uso do plano de saúde corporativo.
O planejamento de aquisição deste serviço pode influenciar pesadamente os custos assumidos pela empresa.
O que impacta grandemente os custos com o plano de saúde, é a sinistralidade, um elemento que não pode ser ignorado já que eleva as despesas da empresa.
Cada ocorrência que leva a um acionamento do plano de saúde é chamada de “sinistro” e é, naturalmente, um evento que gera custos.
Na contraparte, existe o “prêmio”, que é o valor pago para a operadora, o qual é sua fonte de receita.
A taxa de sinistralidade é o resultado da divisão entre os sinistros e os prêmios, e é expressa de forma percentual.
Ao contratar um plano de saúde para seu quadro de funcionários, as empresas fazem previsões de gastos e acordam junto às suas operadoras a taxa de sinistralidade, ou seja, estabelecem um percentual projetado de uso do total de vidas seguradas, e para que desta forma seja pago um valor para o período contratado.
Quanto mais baixa a taxa de sinistralidade, menores os custos previstos para a empresa, mas existem riscos envolvidos: se a taxa da sinistralidade sobe além do previsto, os custos podem se acumular rapidamente, gerando despesas imprevistas e aumento dos prêmios do ano seguinte.
Esse é, de fato, um grande problema na gestão do plano de saúde por parte do empregador, por isso é essencial trabalhar no sentido de reduzir a sinistralidade o tanto quanto possível.
Para isso, o primeiro passo é compreender as causas mais comuns deste aumento, entre as quais vale a pena destacar essas orientações sobre o assunto:
O plano de saúde corporativo muitas vezes pode parecer um benefício inesgotável e que pode ser usado sem moderação, mas isso não é verdade.
Este pensamento pode fazer com que o usuário realize consultas e exames com muito mais frequência do que o necessário, gerando custos perfeitamente evitáveis.
É importante ressaltar que aqui estão enquadrados usos desnecessários (frequentemente motivados por falta de informação ou mesmo força do hábito por parte do usuário) e não os usos originados por real necessidade.
São eventos que acontecem imprevisivelmente, acontecimentos de alto impacto, como internações prolongadas em UTI, complicações em partos, acidentes ou doenças agressivas inesperadas.
Em muitas das vezes, as catástrofes, de fato, não podem ser prevenidas ou evitadas, mas em outras podem estar associadas ao estilo de vida, falta de prevenção, comportamento de risco, etc.
Esses são os casos que a empresa precisa observar e atuar para manter a sinistralidade sob controle e estabilizar o percentual definido para o plano de saúde corporativo do seu negócio.
A diminuição no quadro de funcionários (algo pelo qual muitas empresas estão passando atualmente) pode, em um primeiro momento, elevar sua taxa de sinistralidade e, por sua vez, aumentar as despesas relacionadas ao plano de saúde corporativo.
Isso ocorre porque, ao reduzir o número de pessoas, naturalmente se reduz o prêmio pago, mas o tempo de três a quatro meses para que cheguem as contas médicas pode fazer com que a empresa apresente um uso que reflete o tamanho anterior da empresa, e isso leva frequentemente a um aumento (ainda que temporário) da taxa de sinistralidade.
Essa lei afirma, que todo funcionário que não for demitido por justa causa pode manter seu plano de saúde por um período entre 6 e 24 meses – após sua saída da empresa.
Complementando, no artigo 31, ela também estabelece que quem se aposentar pela empresa pode manter seu plano de forma vitalícia.
Como os ex-funcionários que optam por manter seus planos normalmente são aqueles que, justamente, mais se utilizam dele, este dispositivo legal acaba por inflar a taxa de sinistralidade.
Algumas empresas, para conquistar novos clientes, oferecem um prêmio baixo demais em relação ao mercado, o que pode parecer muito atrativo a princípio, mas posteriormente pode se mostrar problemático, caso este valor não represente adequadamente a realidade da companhia.
Se este for o caso, a taxa de sinistralidade provavelmente será alta, e os custos para a empresa seguramente dispararão no momento de realizar o reajuste.
Segundo levantamento da Beneficência Portuguesa, até 60% das cirurgias de coluna são desnecessárias, número que reflete uma prática de mercado que é prejudicial para pacientes e para as empresas. Como citado anteriormente, a requisição de procedimentos como exames e cirurgias nem sempre reflete a necessidade real do paciente, e pode ser baseada em interesses financeiros dos prestadores de serviços de saúde, fator que contribui grandemente para o aumento dos sinistros.
Analisando esses fatores, fica evidente como o controle dos custos relacionados à saúde requer um olhar holístico e bastante atento, não só ao que é contratado, mas ao comportamento do usuário e dos prestadores de serviço.
É fato que se trata de um trabalho complexo, mas é um passo primordial para quem busca uma gestão sólida deste benefício para seus colaboradores.
É válido notar que, dentre estes pontos, aqueles que podem ser controlados, ao menos em alguma medida, são todos relacionados ao comportamento do usuário.
Por isso, além de entender o que é sinistralidade e quais são as suas causas, é uma estratégia inteligente investir em um trabalho de conscientização junto ao usuário, de modo a atuar diretamente na prevenção deste aumento desnecessário de custos.
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